A IMPORTÂNCIA DA MULTIMODALIDADE NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA EM CONTEXTOS DE EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
LAVRAS
- MG
2015
ANDRÉA
FONSECA FERREIRA
A IMPORTÂNCIA DA MULTIMODALIDADE NO ENSINO DA
LÍNGUA INGLESA EM CONTEXTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Artigo Científico apresentado ao
curso de Licenciatura em Letras - Inglês da Universidade Federal de Lavras,
como requisito parcial para o cumprimento do Trabalho de Conclusão de Curso II
Orientadora
Professora Walkiria França
Vieira Teixeira
LAVRAS-
MG
2015
A
IMPORTÂNCIA DA MULTIMODALIDADE NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA EM CONTEXTOS DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ANDRÉA
FONSECA FERREIRA [1]
RESUMO
Este
artigo tem como objetivo suscitar reflexões acerca da multimodalidade
(hipertextos, filmes, músicas, imagens, fotos e outros elementos visuais e
tecnológicos) no ensino da língua inglesa em contextos de Educação à Distância.
Para se concretizar o presente artigo, foram feitas pesquisas bibliográficas a
partir de conceitos teóricos e estudos propostos nas obras de profissionais e
professores da educação, da linguística, da tecnologia educacional. Foram
trazidas à análise estudos que apresentem posicionamentos acerca do assunto,
contribuindo para a elucidação do problema. Para tanto, foi empregada a
pesquisa bibliográfica constituída principalmente de livros e artigos
científicos, onde a internet foi amplamente utilizada, a fim de trazer para a
pesquisa informações pertinentes e relevantes. Procurou-se identificar a
contribuição dos três eixos temáticos, quais sejam, multimodalidade, educação a
distância e língua inglesa, buscando uma interligação entre os mesmos. Foi
possível identificar, que a grande maioria dos textos encontrados não continham
esses três assuntos
concomitantemente,
geralmente se referiam à multimodalidade e língua inglesa, tecnologias no
ensino de língua inglesa, multimodalidade e Educação a Distância, tecnologia e
educação. Também pode ser evidenciado que a união entre multimodalidade, ensino
de língua inglesa e Educação a Distância realmente é uma forte tendência e
todos os autores (as) são taxativos quanto aos aspectos positivos dos mesmos.
Não houve nas leituras feitas algum autor (a) que discordasse dos benefícios da
multimodalidade ou do ensino de língua inglesa na modalidade a distância.
Assim, pode ser confirmado que de fato existe uma convergência em torno desta
tríade (multimodalidade, ensino de língua inglesa e Educação a Distância), mas
ainda não são muitas as obras que interligam as três temáticas conjuntamente.
Palavras-chave: Multimodalidade. Educação a
Distância. Ensino de língua inglesa.
Tecnologias. Internet.
ABSTRACT
This
article aims to raise reflections on multimodality (hypertexts, movies, music,
pictures, photos and other visual and technological elements) in the English
language teaching in the contexts of Distance Education. To materialize this
article library research from
theoretical concepts were performed and proposed studies in the works of
professionals and professors of education, linguistics, educational technology.
They were brought to the analysis studies showing positions on the subject,
contributing to the elucidation of the problem. For this, it used literature
consisting primarily of books and scientific articles, where
the Internet has been widely used in order to bring research
pertinent and relevant information.We
sought to identify the contribution of the themes, namely, multimodality, distance
education and English language, searching for a link between them. It was
identified that the vast majority of texts found did not contain these three
issues simultaneously. They usually referred to multimodality and English
language technologies in English language teaching, multimodality and distance
education, technology and education. It can also be shown that the union of
multimodality, English language teaching and distance education really is a
strong trend and all authors are adamant
about the positive aspects of them. There were
no readings in so of any authors who disagreed with the benefits of
multimodality or English language teaching in the distance. Thus, the fact that
can be confirmed there is a convergence around this triad (multimodality, English language
teaching and distance education), but there are not still many works that
connect the three themes together.
Key words: Multimodality. Distance
education. English language teaching. Technologies. Internet.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
.............................................................................................6
2 CONSIDERAÇÕES
TÉORICAS.................................................................7
3 METODOLOGIA..........................................................................................16
4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
DADOS...............18
5 CONCLUSÃO................................................................................................23
REFERÊNCIAS.................................................................................................26
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo objetiva uma
reflexão sobre a importância da multimodalidade[2]
(tal como a inclusão de hipertextos, figuras, fotos, filmes, e outros elementos
visuais e tecnológicos) no ensino da língua inglesa em contextos de Educação à
Distância. Pretende-se analisar tal relevância, tomando-se o ensino da língua
inglesa e a Educação à Distância como eixos centrais para se alcançar o
objetivo proposto.
Não se quer neste artigo expor de
maneira definitiva e fechada, as razões da importância da multimodalidade no
ensino da língua inglesa a distância, mas sim, mostrar e levantar questões de
forma crítico-reflexiva, posto que é preciso buscar um novo olhar, uma nova
postura, diante da atual realidade que se afirma a cada dia, qual seja, o
ensino a distância aliada à multimodalidade (como por exemplo, o uso de
hipertextos, imagens, sons, fotos, dentre outros).
Habita-se em um mundo em que as transformações
acontecem de maneira abrupta e nós, como seres humanos sedentos de saber,
estamos inseridos nesse turbilhão de informações, onde o conhecimento cada vez
mais é sinônimo de
poder. Neste contexto, o homem se depara com a Educação a Distância, visto que
esta é uma área que vem crescendo, por sua flexibilidade, economia, conforto
para quem não tem tempo de se deslocar de suas casas até os centros de ensino,
permite a educação para muitos que não tinham acesso aos estudos, dentre outras
vantagens.
De maneira semelhante, temos a
língua inglesa como língua franca, também sempre em evidência e que está
inserida em nosso dia a dia em todos os setores, além da educação, tais como
trabalho, nas relações comerciais, na tecnologia, na cultura, entre os povos,
que nos é repassada, na saúde, etc. A multimodalidade, por sua vez, vem como um
corolário destes, visto que esta permite, de forma sui generis, essencial e moderna, viabilizar de maneira efetiva e
única, todas as possibilidades para um efetivo ensino - aprendizagem de língua
inglesa mediado pelas tecnologias, já que são recursos capazes de ir além das
metodologias convencionais da educação.
Tecer reflexões sobre o assunto
proposto é tarefa essencial e de grande importância, posto que cresce a cada
dia o interesse pela educação à distância, assim como a língua inglesa está de
fato inerente à nossa linguagem, ao nosso meio de comunicação. Dessa forma, a
multimodalidade ganha destaque por ser uma área com grandes condições de
ofertar inúmeras possibilidades para quem está diante de tal necessidade
educacional.
Buscar aliar a multimodalidade, o
ensino-aprendizagem de língua inglesa na modalidade a distância é a proposta do
presente artigo. Uma
tarefa um tanto arrojada, mas que, certamente, trará resultados significativos,
inovadores e dignos de excelência, pois o que se procura é demonstrar uma
melhor forma de se atingir resultados eficazes e efetivos no ensino de língua
inglesa.
2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
A bibliografia básica da presente
pesquisa partiu dos conceitos teóricos e estudos propostos nas obras de
profissionais e professores da educação, da linguística, da tecnologia
educacional, tais como: Paiva (1999, 2015), Lima e Rodrigues (2014), Brito e
Sampaio (2013), Santos (2008), Costa (2015), Brito (2011), Silva Júnior (2012),
Azevedo e Gomes (2015), dentre outros.
Foram trazidas à análise estudos
que apresentem posicionamentos acerca do assunto em estudo, contribuindo para a
elucidação do problema.
Depreende-se, por exemplo, de
Brito e Sampaio (2013, p 294,295), que
O conhecimento,
hoje mais que nunca, é a principal matéria-prima de sobrevivência, e a busca do
saber configura-se pela dinamicidade. Antes tínhamos “lugares do saber”, agora
temos “fontes”. Na contemporaneidade, as aplicações das Tecnologias de
Informação e Comunicação – doravante TICs – mudaram as formas de pensar e atuar
da humanidade, transcendendo barreiras físicas e temporais nas relações sociais
de modo inimaginável. (...) Considerando, pois, que as práticas de comunicação
e interação social são inerentes ao processo educacional, o ensino vive um momento
revolucionário que perpassa o binômio Pedagogia-Tecnologia e seus reflexos
quanto ao ato do ler/escrever. O que antes era feito mecanicamente através de
simples decodificação de signos linguísticos ou fluência na oralidade foi
ressignificado pela mediação de ferramentas digitais no uso da língua,
excedendo assim a sua superficialidade material. (BRITO e SAMPAIO, 2013, p.
294,295)
Lima e Rodrigues (2014), em
relação à importância das tecnologias e da multimodalidade na aprendizagem de
língua inglesa, ressaltam que,
A necessidade de
uma aprendizagem de língua inglesa por meio de gêneros digitais, a nosso ver
permite-nos uma experiência de leitura sinestésica como uma atividade de
leitura multissensorial. A música é um exemplo de gênero que os alunos adoram.
Quando visualizada em videoclipes, podemos compreender os sentidos da música
não somente pelas letras e o som, mas confirmar e refutar nossas hipóteses
pelas imagens. Temos envolvido nesse processo as múltiplas inteligências:
visual, musical e linguística. As tecnologias digitais podem ampliar as formas
de interação com o texto e aflorar os conhecimentos prévios dos alunos. E isso
é importante porque tratamos de uma segunda língua, cujos alunos estão em
processo de aprendizagem. Tudo isso direciona para uma abordagem de leitura que
inclua os estilos de aprendizagem preferidos dos alunos. (LIMA e RODRIGUES,
2014, p. 72)
É importante salientar acerca da
trajetória das tecnologias no ensino de línguas ao longo do tempo. Nesta
perspectiva, e de acordo com Paiva (2015),
O primeiro livro com imagens foi o Orbis Sensualium Pictus,de Comenius, na
realidade, um livro de vocabulário ilustrado, publicado em 1658 para a educação
infantil. Esse “mundo em gravuras” incluía lições com vocabulário sobre
natureza, os animais, os homens, seus ofícios, etc. O objetivo era ensinar
nomes das coisas em latim acionando os sentidos pela contextualização com as
imagens. Comenius acreditava que as experiências sensoriais auxiliavam a
memória e que a percepção ajudava a imprimir a imagem na mente. A aquisição de
vocabulário era sinônimo de memorização de itens lexicais. (PAIVA, 2015, p.04).
Percebe-se assim que desde as
primeiras tentativas de inserção de aspectos multimodais na educação já estava
inerente o objetivo de permitir aliar aprendizagem com alguma experiência
sensorial. Isso denotava que o processo de ensino-aprendizagem ia além do que
ler textos e memorizar seus conteúdos, e que a aplicação de imagens, no caso do
livro descrito, ajudaria os alunos a uma memorização mais eficaz.
Tempos depois, com a inovação
tecnológica de gravação e reprodução de som, foi possível reproduzir amostras
de fala de falantes nativos, gravando-se o material e levando-os para sala de
aula. Começa-se aqui o foco na oralidade, em que os alunos poderiam ouvir e
falar tentando imitar a fala dos nativos. (Paiva, 2008).
Paiva (2008) citando Kelly (1969,
p.251) explica que:
Em 1930, os estúdios de Walt Disney produziram cartoons para o ensino de inglês básico,
dando início ao uso de filmes para o ensino de línguas. Em 1943, os estúdios Disney produziram uma série de filmes
com atores, intitulada The March of Times.
(KELLY, 1969, p.251).
O acesso público à rede mundial
de computadores iniciou-se em 1994 e em 1997 chega a WWW (World Wide Web). Novas
maneiras de se comunicar surgem e os estudantes de línguas estrangeiras começam
a ter acesso à internet, o que possibilitou a interação com os falantes nativos
das línguas por meio de emails, chats,
fóruns, etc. Assim temos o início da tecnologia permitindo experiências
linguísticas não artificiais e a língua sendo vista e entendida como um meio de
comunicação. Mais tarde, já no século XXI, entramos na web 2, em que os
usuários passam a também produzir, deixando de serem meros consumidores. É
quando surgem as redes de relacionamento, como Orkut, Youtube, Blogs, Wikipedia, e o tão famoso Facebook e os estudantes passam também a
produzir e publicar seus trabalhos na
internet, utilizando-se de todo recurso
multimodal disponibilizado, passando a ser autores (Paiva, 2008). Uma série de
recursos é possibilitada por meio da rede mundial de computadores, podendo ser
empregado desde o Ensino Fundamental à universidade, tais como jogos
eletrônicos, correio eletrônico, sites de busca, salas de chat, periódicos eletrônicos, banco de dados e biblioteca, videoconferência,
dentre outros. (Paiva, 1999).
Quando falamos em os alunos serem
autores na internet, estamos de certa forma nos remetendo a um dos recursos
multimodais mais acessados, que é o hipertexto, os textos digitais. Azevedo e Gomes (2012), fazem uma explanação
muito pertinente a esse respeito
Os textos na internet se apresentam em
forma de hipertexto, que consiste em vários segmentos textuais multimodais
conectados através de links eletrônicos. O termo hipertexto foi criado no
início dos anos 60 para exprimir a ideia de escrita/leitura não linear em
sistemas digitais. (...) O hipertexto permite ao leitor decidir o rumo a seguir
na sua viagem pela leitura, tornando o tempo e o espaço, em relação à
construção textual, flexível. Entretanto, ao contrário do que se pode pensar, o
hipertexto não está restrito à tela do computador. Em celulares e videogames,
por exemplo, recursos hipertextuais são encontrados e explorados por pessoas de
todas as idades (...) A multimodalidade nos textos da internet permite ao
leitor uma riqueza de detalhes, que auxiliam na interpretação e no entendimento
da informação. Em alguns casos, a imagem por si só já transmite a ideia geral
da mensagem, tornando, assim, o texto escrito dependente do texto imagético.
Ambos são utilizados para complementar o sentido um do outro e esclarecer
possíveis dúvidas durante o ato de leitura. (AZEVEDO, GOMES, 2012, p.218- 219).
Assim, por meio do hipertexto
temos a inovadora possibilidade de construir textos flexíveis, dinâmicos,
interativos, dialógicos, pelos links disponibilizados
na interface das páginas digitais, que pode nos remeter a inúmeras formas de
informação e conhecimento, sejam pelas imagens, sons, vídeos, outros textos,
etc.
Ainda nesta linha de raciocínio,
ou seja, tecendo considerações acerca da trajetória das tecnologias no ensino
de línguas ao longo do tempo, temos que, no ensino de línguas estrangeiras em
universidades, em especial o inglês, podemos identificar três tipos, quais
sejam a extensão, atividades curriculares e projetos opcionais. A esse
respeito, Paiva (2008), nos esclarece que,
A pioneira, na área de extensão é a
Profa. Heloisa Collins que iniciou, em 1997, a oferta de cursos de língua
inglesa pela PUCSP. Em 1995, foi oferecido o primeiro curso de leitura
instrumental, via BBS (Bulletim Board System - um software que permitia a interconexão entre computadores via
telefone). (...) Como atividade curricular em cursos de graduação, cito minha
experiência na UFMG, que se iniciou em 1997, com a oferta de disciplinas sobre
leitura e escrita na internet para os alunos de licenciatura em inglês. Nos
últimos anos, outros colegas aderiram à modalidade de ensino online e diversas
disciplinas voltadas para a formação de professores de línguas estão sendo
mediadas por computador. (...) (PAIVA, 2008, p.12-13).
Dentro das atividades
extracurriculares e de projetos desenvolvidos nas universidades, Paiva (2008)
cita o exemplo da Teletandem Brasil e o sistema ELO (Ensino de Línguas Online),
respectivamente,
Como atividade extracurricular, merece
destaque o projeto Teletandem Brasil na UNESP, sob coordenação de João Telles e
que conta com parcerias de universidades no exterior. Este projeto envolve
pares de falantes nativos de diferentes línguas trabalhando, de forma
colaborativa, para aprenderem a língua um do outro. Cada parceiro faz o papel
de aluno por uma hora, falando e praticando a língua do outro parceiro. Em
seguida, eles trocam de papéis e de línguas. Finalmente, um dos pioneiros no
desenvolvimento de material online no Brasil é Vilson Leffa com seu sistema ELO
(Ensino de Línguas Online), um sistema de autoria para a produção de exercícios
digitais. Leffa tem ofertado cursos de formação continuada de professor de
línguas com foco no desenvolvimento de atividades interativas. (PAIVA, 2008,
p.12-13).
Quando se realça a importância da
Educação a Distância, levamos em consideração que ninguém escapa da educação,
ela está sempre, de alguma forma, mesclada à vida cotidiana, seja nas escolas,
na rua, igrejas, na família, etc. Assim, diariamente, vida e educação se
misturam. Desta forma, não podemos nos esquecer, que vivemos em uma sociedade
tecnologizada. Seja o homem dos grandes centros urbanos ou do meio rural, em
qualquer lugar as tecnologias se fazem presentes de alguma forma. Então,
educação e tecnologia são ferramentas que proporcionam ao indivíduo
conhecimentos para as suas mais diversas necessidades. (Brito, Purificação,
2011, p. 23). Não se pode negligenciar, por outro lado, que a Educação a
Distância traz vários benefícios, dentre eles a flexibilidade de tempo e espaço,
que no mundo corrido e dinâmico em que vivemos se tornaram instâncias de grande
valor.
Nessa mesma linha de pensamento,
Paiva (1999) salienta que
As novas tecnologias aprimoram dia a dia
as artes gráficas e a interatividade, tornando a educação a distância uma
pedagogia estimulante e democratizante, pois amplia o acesso ao conhecimento
que deixa de ser propriedade do professor. (...) É impossível falar em educação
hoje sem falar em educação a distância. Com os avanços tecnológicos que
propiciam maior interatividade, a EAD ganha novo status e sepulta
definitivamente os preconceitos. Deixa de ser apenas uma alternativa para as
pessoas impedidas de ter acesso a educação formal e passa a ser uma modalidade
de ensino flexível que vem acrescentar ao sistema tradicional uma metodologia
inovadora e de qualidade, além de viabilizar a educação continuada para maiores
contingentes de pessoas. Mudam-se os papéis: o aluno deixa de ser um receptor
passivo e torna-se responsável por sua aprendizagem com direito de trabalhar em
ritmo individualizado sem perder, no entanto, a possibilidade de interação com
seus pares e com o professor. O professor deixa de ser o dono do saber e o
controlador da aprendizagem para ser um orientador que estimula a curiosidade,
o debate e a interação com os outros participantes do processo. O conhecimento
passa a ser construído socialmente e assume o papel central no processo da
aprendizagem. (PAIVA, 1999, P.2).
No tocante ao ensino-aprendizagem
das línguas estrangeiras, Paiva (1999) evidencia a nova situação encontrada
pelos estudantes diante às tecnologias e principalmente quanto à utilização da
internet,
No contexto de aprendizagem de línguas
estrangeiras, um dos maiores problemas para o desenvolvimento da comunicação
era a ausência de contato com o falante nativo e de oportunidades reais de
interação. Se a ausência era uma limitação ao desenvolvimento de algumas
habilidades, as oportunidades que a Internet traz ao aprendiz passam a ser um
novo problema enfrentado pela educação. Um dos desafios é como fazer chegar
essa tecnologia a todos. Os outros são como lidar com o volume de informações
que se multiplicam ao infinito em face das combinações hipertextuais e como
gerenciar o acesso indiscriminado a inúmeros falantes nativos estranhos ao
contexto escolar. (PAIVA, 1999, p. 2).
Ainda em relação à educação e as
tecnologias, Brito e Purificação (2011, p. 25) pontuam que,
A educação, como
as demais organizações, está sendo muito
pressionada por mudanças.
No momento atual, todos devemos (re) aprender a conhecer, a comunicar, a
ensinar, a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal
e o social. (…) Esse novo cidadão do mundo se insere cada vez mais na sociedade
das tecnologias, portanto, faz-se necessário propiciar-lhe o acesso a elas.
(BRITO e PURIFICAÇÃO, 2011, p. 25).
Na atualidade, o que percebemos
diante destes avanços face às tecnologias e à Educação a Distância, é o que
denominamos de multimodalidade, em que vários modos semióticos são utilizados e
articulados ao mesmo tempo.
Sobre o significado de
multimodalidade, Hemais (s/data) pontua que:
A multimodalidade é entendida, em termos
gerais, como a co- presença de vários modos de linguagem, sendo que os modos
interagem na construção dos significados da comunicação social. O que é
importante nessa visão de uso de linguagem é que os modos funcionam em
conjunto, sendo que cada modo contribui de acordo com a sua capacidade de fazer
significados (HEMAIS, s/data, p.01).
As linguagens multimodais são
aquelas que integram som, texto, imagem, animação, filmes, gráficos, cores,
dentre outros recursos. De certa forma, a multimodalidade se aprimorou com o
aparecimento e desenvolvimento da tecnologia computacional que permitiu uma
gama enorme de modos de apresentação visual. Deixar as aulas mais atrativas e
motivadoras a partir da utilização da linguagem multimodal é o propósito de sua
aplicabilidade. (HAMMES e WEISS, 2011, p.3).
De acordo com Hemais (s/data), outras
considerações podem ser feitas acerca da aplicabilidade da multimodalidade,
como:
[...] Há uma complementação entre texto
escrito, texto oral, imagem, cor, som, gesto, e movimento e que essas
linguagens se cruzam em músicas, poemas, diálogos, filmes, exercícios didáticos
e outros gêneros. E ainda, os recursos para isso são variados, como, por
exemplo, o livro didático, CD, DVD, videoclipe, e filme. Enfim, é importante
reconhecer a série de modos de linguagem, cada um com as suas capacidades para
criar significados, que trabalham juntos em uma inter-relação didática e que
precisam ser entendidos como um conjunto para a aprendizagem. (HEMAIS, s/data,
p.03).
Quando nos deparamos com o ensino
da língua inglesa, percebemos o quanto fundamental é aliar à multimodalidade,
principalmente em se tratando de Educação a Distância. É sabido que o ensino de
inglês envolve uma exposição às quatro habilidades linguísticas tradicionais:
ouvir, falar, ler e escrever que são essenciais ao processo de aprendizagem de
aquisição de uma língua estrangeira. Contudo, não é o que se percebe em salas
de aula tanto de Ensino Fundamental e Médio, por exemplo, o que na maioria das
vezes ocorre é uma fixação na leitura e escrita, negligenciando a fala e
audição. De acordo com Costa (2011), a Associação Internacional de Leitura e o
Conselho Nacional de Professores de Inglês Americano reconheceram a importância
de incluir formas visuais de mídia entre sua pedagogia no ensino de inglês
integrando o “ver ou letramento visual” juntamente com as outras quatro
habilidades tradicionais. Desta forma, está se concedendo como a quinta
habilidade no ensino de línguas, a visualização.
Certamente, o ensino aliado à
visualização, seja ela de imagens, vídeos, fotos, permite que os alunos pensem
de forma mais crítica, mais complexa, uma vez que fazendo links, “navegando” de uma página digital a outra, o aluno é levado
a novas informações, e assim, é forçado a fazer novas relações, conhecer novos
vocabulários, aumentar seu contato com gêneros textuais diversos, ampliar sua
capacidade de interpretação de maneira mais reflexiva. Desta forma, de acordo
com Costa (2011), não basta apenas visualizar um objeto, imagem ou texto, por
exemplo, é preciso interpretar, analisar, processar e comunicar o que vemos.
Neste sentido, o letramento visual é uma soma de habilidades que podem ser
desenvolvidas.
Silva Júnior e Costa (2012, p.3),
por sua vez, explicitam que “as tecnologias proporcionam situações reais de uso
da língua, por exemplo, através de chats
onde os alunos interagem com nativos, favorecendo-os serem coautores autônomos
de sua própria aprendizagem.”
Em relação ao processo de leitura
em língua estrangeira, há evidências de que, na cultura ocidental e na era da
tecnologia, os textos estão se tornando multimodais. Sendo assim, o que se
propõe não é a exclusão ou minimização do trabalho já desenvolvido, e sim, a
junção de outras formas de modos semióticos, para se alcançar uma leitura
crítica do que se lê verbalmente e imageticamente. Isto é fundamental numa
sociedade em que se utiliza várias formas semióticas, e os indivíduos precisam
estar preparados para essa nova vivência comunicativa. (Santos, 2008, p.76).
3 METODOLOGIA
O trabalho foi realizado empregando-se a pesquisa bibliográfica,
constituída principalmente de livros e artigos científicos.
Foram
utilizadas obras no ramo da educação, da linguística, da tecnologia
educacional, tais como, “O uso da tecnologia no ensino de línguas estrangeiras:
breve retrospectiva histórica” (PAIVA, 2008) e “A construção de uma leitura
multimodal em língua estrangeira” (SANTOS, 2008), além de outras, para
verificar o entendimento dos referidos autores sobre o tema que foi pesquisado.
O
tema ora abordado ainda não foi objeto de maiores estudos, em se tratando da
relação entre multimodalidade, educação a distância e língua inglesa, sendo,
portanto, poucos os trabalhos que tratam sobre os referidos assuntos de maneira
interligada. A internet foi amplamente
utilizada a fim de trazer para a pesquisa informações pertinentes e relevantes
que possam elucidar a temática pretendida.
Tendo como foco essa tríade em
mente, ou seja, multimodalidade, ensino da língua inglesa e Educação a
Distância, procurei selecionar artigos na internet que mencionassem tal
temática. Assim, todo texto encontrado foi separado e impresso para que fosse
possível fazer anotações, marcações e destaques nos mesmos para uma melhor
visualização e demarcação do que realmente seria mais interessante e
prioritário realçar dos mesmos. Foram selecionados todos os trechos,
comentários e partes relevantes nos textos que pudessem servir de embasamento
para o presente artigo.
A abordagem metodológica foi a
qualitativa, onde se buscou uma compreensão em profundidade do tema, isto
é, procurou-se identificar a
contribuição dos três eixos temáticos, quais sejam, multimodalidade, educação a
distância e língua inglesa, buscando uma integração empática entre os mesmos,
no intuito de atingir resultados eficazes e efetivos no ensino de língua
inglesa.
4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E
DISCUSSÃO DOS DADOS.
Diante da presente proposta de
buscar uma reflexão sobre a importância da multimodalidade no ensino da língua
inglesa em contextos de Educação a Distância, foi feito inicialmente um
levantamento de material bibliográfico, tais como artigos na internet, livros,
a fim de subsidiar a presente pesquisa.
A grande maioria dos textos
encontrados não continham esses três assuntos concomitantemente, geralmente se
referiam à multimodalidade e língua inglesa, tecnologias no ensino de língua
inglesa, multimodalidade e Educação a Distância, tecnologia e educação. Desta
forma, foi preciso um olhar mais diretivo a fim de encontrar subsídios para o
propósito do presente artigo, qual seja, um elo entre essas três instâncias do
saber.
Os artigos selecionados e usados na presente pesquisa foram: Azevedo,
Gomes (2015) “A construção do sentido
durante a leitura em ambiente digital por meio de textos multimodais”,
neste artigo, foi possível destacar um dos recursos mais utilizados em termos
de multimodalidade, o hipertexto. Os autores detalham que o hipertexto permite,
de certa forma, classificarmos o que se queira ler, que informações direcionar,
diante as inúmeras possibilidades que nos são passadas.
Brito, Sampaio (2013) “Gênero Digital: A Multimodalidade Ressignificando o Ler/Escrever”,
enfatizam a importância da tecnologia na educação, como as TICs estão mudando
as relações sociais, já que o conhecimento hoje em dia se tornou matéria-prima
de sobrevivência. Dessa forma, pode-se dizer que as TICs estão ressignificando
o processo educacional. De acordo com os autores, diante dos avanços
tecnológicos a que estamos expostos em todas as áreas, no setor educacional não
poderia ser diferente. O gênero digital nas formas de ler e escrever surge como
forma de tornar o ensino-aprendizagem além de atual, dinâmico, flexível, mais
prazeroso e motivador.
Em outro artigo de Costa (2015) “Visualização:
A quinta habilidade linguística no ensino e aprendizagem de inglês como língua
estrangeira”, o texto apresenta a visualização no ensino de língua inglesa,
considerada como a quinta habilidade, além da audição, leitura, escrita e
fala. O trabalho apresenta novas formas
visuais (vídeos, imagens, fotos, etc.,) propõe com que os alunos interajam de
maneira mais efetiva, permitindo-os a novas informações. Importante destacar
que, não é suficiente apenas a presença de recursos visuais para que o
ensino-aprendizagem ocorra de maneira eficaz e efetiva. De acordo com o texto,
a visualização pode ser considerada de grande valia, pois pode possibilitar aos
alunos agregarem conhecimentos com as outras habilidades, por exemplo, fazer
relações, análises.
Hammes, Weiss (2011) “A Importância
da Linguagem Multimodal ao Contexto da Educação”, pontuam sobre a
multimodalidade e as tecnologias como molas propulsoras para tornar as aulas
mais atraentes, motivadoras, ou seja, realçam a importância da multimodalidade
no âmbito educacional. Para as autoras, a educação que se utiliza de recursos
tecnológicos, a EaD, não poderia abdicar dos recursos multimodais, pois
correria o risco de fracassar, porque é por meio da multimodalidade que o
ensino a distância se torna viável de maneira efetiva. Sem os recursos da
multimodalidade o Ensino a Distância poderia ser considerado desmotivante,
precário, e não agregar vantagens significativas em relação à educação
tradicional, presencial.
Hemais (s/d) “Multimodalidade: enfoque para o professor de ensino médio”, o
artigo destaca como a variedade de recursos multimodais são relevantes, cada
qual com suas especificidades, e a importância de se buscar trabalhá-los em
conjunto. De fato, a Educação a Distância é verificada nos cursos superiores,
mas nem por isso o professor do Ensino Médio não deva se utilizar de tais
recursos. A autora mostra que é possível aplicar a multimodalidade em salas de
aula nos cursos de Ensino Médio, como por exemplo, o uso da internet,
aplicativos, programas, filmes, vídeos diversos, músicas, etc., tornando as
aulas mais atrativas, motivadoras e dinâmicas. Destaca-se também a importância
de se trabalhar os recursos multimodais em conjunto, e também conjuntamente com
as formas tradicionais de ensino, a fim de possibilitar maiores relações em
face do que se queira desenvolver.
O texto de Silva Júnior, Costa (2012) “O
Uso da Tecnologia no Ensino de Língua Estrangeira”, explicita como os
recursos tecnológicos aprimoram o ensino-aprendizagem de língua inglesa em
situações reais, tais como a conversação com nativos através de chats, por exemplo. Os autores mostram
que o chat é talvez um dos mais
nítidos exemplos de que a multimodalidade aliada à tecnologia é capaz de
promover a interação e a melhoria da comunicação entre os participantes, em se
tratando do ensino-aprendizagem de língua inglesa, ao promover também o
estabelecimento de contato em tempo real com nativos. Antes, sem os recursos
tecnológicos aliados aos recursos multimodais, isto não seria possível.
Kelly (2015) “O Uso da
Tecnologia no Ensino de Línguas Estrangeiras: Breve Retrospectiva Histórica”,
mostra, neste caso, dentro da trajetória histórica das tecnologias no ensino de
língua inglesa, como a multimodalidade foi infiltrada nos estúdios Walt Disney, já a partir da década de
1930, quando começaram a produzir cartoons,
dando início a filmes com a finalidade educacional. Neste artigo, vê-se como é
antiga essa inclinação de buscar inserir recursos para tornarem a aprendizagem,
de uma forma geral, mais prazerosa. Por meio do lúdico, busca-se promover tanto
o conhecimento quanto o divertimento, como é o exemplo dos estúdios Walt Disney.
O artigo de Lima, Rodrigues, (2014) “O
Século XXI já Chegou às Salas de Aula de Língua? Reflexões sobre Tecnologias,
Gêneros Multimodais e Estilos de Aprendizagem no Ensino de Leitura em Língua
Inglesa”, enaltece os três assuntos conjuntamente, mostra que a
aprendizagem de língua inglesa é substancialmente melhorada quando se utilizam
tecnologias, evidenciando que os recursos multimodais ampliam os conhecimentos
prévios dos alunos. Os autores mostram que, certamente, além de promover um
ensino-aprendizagem mais atrativo, dinâmico e motivador, a multimodalidade tem
também a função de estimular, ampliar os conhecimentos prévios dos alunos, de
forma que estes possam fazer associações com outros recursos, com outros
conhecimentos já adquiridos, com suas vivências, etc.
O artigo de Paiva, (1999) “O Papel
da Educação a Distância na Política de Ensino de Línguas”, sinaliza acerca
da trajetória das tecnologias no ensino de línguas, citando o primeiro livro
com imagens (Orbis Sensualium Pictus)
de Comenius, visando objetivo educacional. No artigo, a autora sinaliza que a
multimodalidade não significa apenas estar associada às tecnologias, mas que
esta começou quando surgiram as primeiras iniciativas de se aliar algo
sinestésico, visual à aprendizagem, como é o exemplo do livro de Comenius.
Hoje, sem dúvida, as tecnologias aumentaram sobremaneira as possibilidades de
recursos multimodais, em destaque na Educação a Distância.
Também em Paiva (2015) “O Uso da
Tecnologia no Ensino de Línguas Estrangeiras: Breve Retrospectiva Histórica”,
o artigo salienta a importância das novas tecnologias na modalidade de ensino a
distância. No texto, a EaD é realçada como oportunidade inovadora e de qualidade.
O texto aponta a relação entre aluno e professor, entre receptor passivo de
conhecimentos e dono do saber que, deixa de existir e o conhecimento agora
passa a ser construído socialmente. Neste sentido, por meio da internet é
possível interagir com os nativos da língua inglesa, contudo a autora questiona
como levar essa tecnologia a todos e também aponta a importância de saber gerir
a quantidade de informações que os hipertextos comportam.
O texto de Santos, (2008) “A
Construção de uma Leitura Multimodal em Língua Estrangeira”, realça a
junção do que já vem sendo feito, em termos de ensino da língua inglesa com os
recursos multimodais, para assim se alcançar uma leitura crítica, primordial
numa sociedade permeada por formas semióticas. Para a autora, é muito
importante destacar essa busca por um ensino-aprendizagem de forma
crítico-reflexiva, para que se possa definir, identificar quais informações
serão realmente significativas para determinado assunto, para desenvolver
determinado conteúdo, etc., e não simplesmente abarcar tudo como se todas
informações nos fossem úteis.
No texto de Brito, Purificação, (2011) “Educação e novas tecnologias- um repensar”, foi apontada a
importância da Educação a Distância no dia a dia das pessoas, seja para quem
vive no meio rural ou nas cidades, visto que a educação está sempre inserida de
alguma maneira no cotidiano de todos, assim como as tecnologias são hoje um
recurso quase inevitável.
Dessa forma, após analisarmos todos esses trabalhos, observamos que a
multimodalidade é recurso antigo, e com o advento das tecnologias só fez
agregar mais opções para aprimorar suas utilidades educacionais. É importante
também destacar a trajetória tecnológica com o advento da internet e que com
tais recursos a aprendizagem dos estudantes de línguas pode ser aprimorada
A leitura de todo o material bibliográfico corroborou para o entendimento
de que a união entre multimodalidade, ensino de língua inglesa e Educação a
Distância realmente é uma forte tendência e muitos dos autores (as) mencionados apresentam aspectos positivos quando
empregamos recursos multimodais tanto para o ensino de língua inglesa, quanto
para a Educação a Distância. Não houve nas leituras feitas, direcionamento que
apontasse algum autor (a) que discordasse dos benefícios da multimodalidade ou
do ensino de língua inglesa na modalidade a distância.
Assim, todos os dados colhidos para a realização e concretização do
presente artigo tiveram bases sólidas por meio de textos de autores (as) que
também buscam salientar a importância seja da multimodalidade, do ensino da
língua inglesa a distância e dos benefícios da Educação a Distância em si. O
objetivo principal do presente artigo foi mostrar a relevância da junção destas
três instâncias, (multimodalidade, ensino de língua inglesa e Educação a
Distância). Pelas leituras realizadas tal objetivo fica constatado, pois são
temáticas afins e que só tendem a se mostrar ainda mais relevantes se forem
propostas conjuntamente.
5 CONCLUSÃO
Diante destas informações,
vislumbramos que este artigo apresentou reflexões sobre a importância da
multimodalidade no ensino de língua inglesa em contextos de Educação a
Distância, buscando identificar aspectos relevantes tanto da EaD quanto da
multimodalidade assim como do ensino da língua inglesa neste contexto. Os reflexos que a modernidade tecnológica
trazem são enormes e na área educacional não seria diferente.
A Educação a Distância tem a
capacidade de oferecer para quem almeja se qualificar profissionalmente essa
mobilidade, e o que hoje em dia mais atrai os estudantes, é a qualidade com que
os cursos a distância estão munidos. Neste campo a multimodalidade faz toda a
diferença, pois a presença de tais recursos pode agregar informações e
alternativas aos materiais utilizados e às plataformas de ensino a distância.
Por ser a distância, é inescusável aplicar meios para tornar a aprendizagem
mais atrativa, mais dinâmica, mais prazerosa, além do que, a utilização dos
recursos tecnológicos pode dinamizar e aumentar a capacidade criativa e crítica
do aluno. Já a multimodalidade possibilita acessar inúmeros meios de se obter
mais conhecimentos. Por outro lado, quando se tem o ensino de língua inglesa na
modalidade a distância, inúmeras são as vantagens que os alunos podem usufruir,
como por exemplo, conversas com nativos da língua através de chats, bate papos, visualizações
diversas, dentre outras tantas possibilidades como já foi bem detalhado no
decorrer deste artigo.
A respeito do ensino na modalidade
a distância, destaca-se o presente curso de Graduação em Letras/Inglês
promovido pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Este foi um projeto
arrojado, inovador e audacioso, pois tal curso de Letras/Inglês a distância foi
o pioneiro desta universidade e conseguiu de maneira ímpar, atingir seus
objetivos. Hoje, um dos requisitos mais importantes como pontos favoráveis da
EaD é justamente a qualidade, dentre outros fatores. E nesta Graduação em
Letras/Inglês a distância promovida e desenvolvida pela Universidade Federal de
Lavras (UFLA), a qualidade foi uma de suas características mais marcantes. Certamente,
nós, alunos, não poderíamos aprender, fazer reflexões de maneira crítica sobre os
conteúdos ofertados, desenvolver aptidões, conseguir aliar teorias tão bem
embasadas, se não fossem disponibilizados apostilas, textos, filmes, videoaulas,
atividades como fóruns, desenvolvimento de inúmeras tarefas, recursos como chats, biblioteca digital, dentre
outros. Todos estes recursos foram utilizados e de grande importância para
nosso processo de ensino-aprendizagem. Além de tudo isto, ainda vale considerar
a prática experienciada através dos estágios curriculares, que não teria sido
possível sem a presença da multimodalidade. Através da multimodalidade nós
alunos podemos apreender e desenvolver, de uma forma motivadora, os conteúdos
que nos foram passados, por meio do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). O
AVA atua como um conjunto de ferramentas tecnológicas que se utiliza da
internet, é uma sala de aula online, onde se dá a interatividade entre alunos,
professores, tutores, etc.; uma plataforma educacional que permite transpor a
sala de aula para o meio virtual.
Por outro lado, temos os professores
formadores das disciplinas, os tutores a distância, os coordenadores do curso,
a equipe de informática, os designers instrucionais, as secretárias, os tutores
presenciais, enfim, toda uma estrutura muito bem articulada e capacitada, como
forma de garantir um ensino de alta qualidade.
Não poderia também deixar de
citar, que a UFLA faz parte do sistema UAB (Universidade Aberta do Brasil),
criado em 2006. Este é um vasto sistema nacional de educação superior a
distância, integrado por universidades públicas. Este curso a distância de
Graduação em Letras/Inglês é parte deste projeto institucional.
Uma questão que também merece ser
destacada é que as tecnologias no âmbito educacional, sem dúvida, geram enormes
ganhos, contudo, estar diante de um arsenal tecnológico não significa
necessariamente garantias de sucesso educacional. É preciso que haja
discernimento, conscientização, orientação, para que o processo de ensino-aprendizagem
ocorra de maneira satisfatória. É necessário estarmos abertos para o novo, com
espírito crítico e reflexivo, para sabermos identificar quais ferramentas serão
importantes para nossos objetivos, saber reconhecer que leituras disponíveis
pelas interfaces digitais serão realmente úteis para determinados conteúdos.
Desta forma, conclui-se que de
fato existe uma convergência em torno desta tríade (multimodalidade, ensino de
língua inglesa e Educação a Distância), mas ainda não são muitas as obras que
interligam as três temáticas conjuntamente. Por isso a importância de se buscar
reflexões em torno da temática em foco, pois a atualidade caminha para uma
Educação a Distância de maneira crescente, assim como o ensino-aprendizagem de
língua inglesa também se faz necessário, visto estarmos em uma sociedade
globalizada que tem a língua inglesa como a língua franca. A multimodalidade é
outro aspecto de essencial relevância, mas que nem todos a conhecem, pelo menos
pelo seu nome, mas que certamente os alunos da modalidade a distância já
usufruíram de seus benefícios, funcionalidades e atrativos, tais como
hipertextos, filmes, sons, músicas, gráficos, imagens, dentre outros. Assim, as conclusões aqui chegadas ampliaram
os efeitos positivos da problemática levantada por este artigo. Certamente
contribuiu para um maior entendimento e reflexão crítica sobre o assunto,
agregando ainda mais valor e conhecimento para todos que de alguma forma se
encontrarem diante de tal necessidade educacional.
REFERÊNCIAS
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JÚNIOR, José Henrique. COSTA, Karla Ferreira da. O Uso da Tecnologia no Ensino
de Língua Estrangeira. Revista Helb. Brasília, ano 06, n.
06 -1/2012.
[1] Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Sete Lagoas (UNIFEMM). Bacharelado
e licenciatura em Psicologia pela Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ). Especialização (Pós-Graduação latu
sensu) em Psicopedagogia pelo Centro Universitário de Sete Lagoas
(UNIFEMM). Especialização (Pós-Graduação latu
sensu) em Poder Judiciário pelo Instituto de Educação Continuada da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (IEC- PUC-Minas).
Especialização (Pós-Graduação latu sensu)
em Direito Constitucional pela Faculdade Internacional Signorelli.
Especialização (Pós-Graduação latu sensu)
em EAD e as Tecnologias Educacionais pelo Centro Universitário de Maringá
(UNICESUMAR). Especialização (Pós-Graduação latu
sensu) em Direito Administrativo pela Universidade Candido Mendes, em
curso. Licenciatura em Letras/Inglês pela Universidade Federal de Lavras
(UFLA). Servidora pública do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) no
cargo de Oficial de Apoio Judicial. Curriculo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/8470261268835518
[2] Linguagem que utiliza mais de um
código semiótico. Sistemas de linguagens diversos que atuam conjuntamente, na
construção de significados para determinado objetivo educacional.
Excelente a proposta do blog. Estarei depois lendo com calma seu artigo, pois é pertinente a área que atuo. Obrigado por compartilhar esse texto. Estarei acompanhando
ResponderExcluirMuito obrigada Winderson pelo elogio! O propósito dest blog é justamente este, o de compartilhar conhecimentos e experiências! Seja muito bem vindo!
ResponderExcluir